Polícia Federal retira índios da Esplanada dos Ministérios nesta terça

Fernanda Lobo

Manoela Alcântara

Publicação: 01/06/2010 08:15 Atualização: 01/06/2010 14:39

>>Ana Elisa Santana
>> Saulo Araújo


Oitenta homens da Polícia Federal, da Polícia Militar e do Bope realizam, na manhã desta terça-feira (1º/6), a retirada de cerca de 60 índios que estão em um acampamento montado na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Ministério da Justiça. Os policiais cumprem um mandado judicial que determina que os indígenas mantenham pelo menos mil metros de distância do prédio do órgão público, ocupado pelos manifestantes desde janeiro deste ano.

O acampamento é uma manifestação para solicitar a revogação do Decreto Presidencial 7.056/09 - que extingue 40 administrações regionais, 337 polos indígenas e substitui antigos servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ao todo, 15 administrações serão fechadas ou reestruturadas em diversos estados do país. Entre elas, a da Paraíba e a do Recife. Os índios ainda querem a destituição do cargo do presidente da fundação, Márcio Meira.

Cantando e dançando, os índios não demonstram intenção de sair do local. Um dos líderes dos manifestantes disse que uma tradição milenar os impede de deixar o acampamento: uma menina de 12 anos teve a sua primeira menstruação e, segundo o índio, deve ficar isolada por pelo menos sete dias.

Neste momento, a procuradora da república, Luciana Loureira, tenta negociar uma saída pacífica com o grupo. Segundo a advogada dos índios, Karla Pinhel Ribeiro, um grupo de indígenas tenta uma reunião com o senador Eduardo Suplicy para pedir o apoio dele à causa.
Impasse
Um novo impasse se estabeleu. Os indígenas agora dizem que só sairão se antes puderem se reunir com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Uma representante do ministro, no entanto, afirma que Barreto exige a saída do grupo para que a reunião aconteça.



Tensão

No momento em que um policial armado da Polícia Federal tentava se aproximar do grupo, um dos índios se ajoelhou na frente dele e o desafiou a atirar nele. Houve um princípio de empurra-empurra mas o policial recuou.